Sustentabilidade: O ‘calcanhar de Aquiles’ das criptomoedas

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Arariwe é uma palavra do dialeto Yanomami e significa “espírito da arara”. Para o povo Yanomami, a Arara é um animal de poder que representa criatividade e expansão de consciência com o propósito de voar alto, e é isso que acreditamos fazer através de produtos financeiros digitais.

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Já que mundo já aderiu às criptomoedas e pessoas de todo o planeta investem nas criptos, precisamos pensar em como torná-las mais sustentáveis, escreve Rafael Pires, da Dock.

*Por Rafael Pires

Não há mais discussão sobre a se as criptomoedas continuarão a existir ou não. A questão é como torná-las sustentáveis, já que mundo já aderiu às criptomoedas. Países como El Salvador abraçaram os criptoativos a ponto de transformar o Bitcoin 

BTCtickers down R$139.571 em sua moeda oficial. Redes de cartão de crédito lançaram linhas de serviços exclusivas para aceita-las. Ou seja: pessoas de todo o planeta investem nas criptos.

Não há dúvidas. Se me perguntarem se daqui há 50 anos as criptomoedas continuarão a existir, responderia um gigantesco sim. Isso porque a tendência já se consolidou em nossa economia e também no nosso comportamento.

O grande calcanhar de Aquiles das criptomoedas não é se a “moda vai pegar”, pois ela já “pegou e todos nós a vestimos”. A sua principal fraqueza é outra: se chama falta de sustentabilidade.

Estima-se que o Bitcoin consuma mais energia do que toda a Argentina, podendo até mesmo a ser comparado a um pequeno país.

Isso preocupa ambientalistas e governos de todo o globo, já que vivemos em um momento no qual o debate sobre sustentabilidade é fundamental para o futuro.

Para realizar a mineração de Bitcoins são necessárias hardwares extremamente potentes, como o ASCI miner, que custa de 10 a 15 mil dólares. Além disso, é necessário ter renda suficiente para pagar a energia ao deixar o computador ligado 24 horas por dia, sete dias por semana. A mineração de Bitcoins tem o poder de ocasionar blecautes em países inteiros, como aqueles que ocorreram no Cazaquistão no fim de 2021.

Devido a isso, países como a China e a Tailândia, querem restringir a sua utilização. No começo de janeiro, Kosovo desligou seus mineradores de bitcoin causando bastante pânico entre os investidores.

No entanto, vale lembrar que caso comparado a outras tecnologias financeiras, os bitcoins em si consomem tanta energia quanto outras empresas interligadas a um sistema econômico cada vez mais considerado antigo. Uma pesquisa da Digiconomist sugere que o consumo de energia para uma transação Bitcoin é o mesmo que para 453.000 transações Visa.

Outro estudo, mas dessa vez da Galaxy Digital revela que o Bitcoin consome aproximadamente 113,89 terawatts-hora por ano, enquanto o setor bancário consome aproximadamente 263,72 TWh por ano, o que é mais que o dobro.

De todo modo, pessoas influentes, como Bill Gates e Warren Buffet, se apoiam nesse dado., que faz grande sentido, é verdade, mas também vale lembrar que essas pessoas estão profundamente interligadas ao sistema econômico tradicional. O próprio Elon Musk já esteve relacionado na oscilação do valor do Bitcoin colocando em debate a sua sustentabilidade.

Mais do que “criptofobia”, a sustentabilidade e o aquecimento global são preocupações vitais para o planeta. No entanto, diversas projeções apontam que o BTC irá alcançar o valor de US$ 1 mi até 2030.

Devemos pensar em como tornar o Bitcoin mais sustentável. Talvez mais do que isso. Diversas outras criptomoedas surgiram e muitas delas têm se tornado cada dia mais popular.

Com a chegada de outras tecnologias, como o metaverso, a tendência é que ainda mais criptos surjam nos próximos anos.

Como tornar o sistema de criptomoedas sustentável?

Embora elas possam consumir menos energia que todo o sistema bancário tradicional, a soma dos dois não é nada agradável para o futuro do planeta.

Na contramão desse cenário, algumas criptomoedas – como a SolarCoin, o Ethereum, a EOS, a Stellar e a Nano – apostam em um formato sustentável. São as chamadas criptomoedas verdes. Isso ocorre porque sua mineração consome menos energia do que outras – como o próprio Bitcoin, por exemplo.

Cada uma delas propõe uma solução diferente para se tornar sustentável, mas em tese, todas elas buscam diminuir o consumo de carbono. Entre as soluções propostas estão a não dependência da mineração e também a adesão do Proof of Stake, mecanismo de consenso que usa na mireração da cripto probabilidade determinística influenciada pelo número de moedas usadas para staking em um momento específico. Em resumo, é um sistema que traz menos prejuízos ao meio ambiente e muito diferente do que o BTC utiliza (Proof of Work).

As criptomoedas continuarão a existir. Porém, devemos buscar solucionar essa questão. Assim como a tecnologia é uma tendência implacável no futuro, a sustentabilidade também é. Unir os dois é um casamento extremamente promissor, ao bolso e também ao planeta.

*Rafael Pires é Head of business da empresas de tecnologia financeira Dock.

*As opiniões contidas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor e não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil.

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